A inflação oficial do país, medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), ficou em 0,90% em fevereiro, desacelerando frente ao 1,27% registrado em janeiro. No mesmo mês de 2015, a taxa ficou em 1,22%, quando havia sido pressionado pela alta de PIS/Cofins sobre a gasolina. Em 12 meses, a inflação acumulada ainda está em dois dígitos, em 10,36%. No ano, é de 2,18%. Com o resultado de fevereiro, a variação do IPCA acumulada nos últimos 12 meses perdeu fôlego pela primeira vez após quatro altas seguidas. Ele estava em 10,71% em janeiro deste ano e passou agora a 10,36% em fevereiro.
Apesar do ritmo um pouco menor, o índice permanece em patamar elevado e muito distante do centro da meta de inflação do governo para este ano, de 4,5%, com margem de dois pontos percentuais para cima ou para baixo. Pelo relatório Focus divulgado na última segunda-feira, o IPCA deste ano ficará em 7,59%, acima do teto da meta do governo, que é de 6,5%. Se a previsão se confirmar, será o segundo ano seguido em que o índice de preços ficará acima do limite estabelecido pelo BC. Em 2015, o IPCA ficou em 10,67%, a maior taxa desde 2002.
Ao explicar sua decisão de manter os juros básicos (Selic) estáveis em 14,25% ao ano, o BC (Banco Central) tem indicado que a recessão econômica deve conduzir os preços para um patamar mais próximo do centro da meta.
O trabalho da autoridade monetária tem sido dificultado, no entanto, pela chamada inércia inflacionária. Isso ocorre quando a inflação passada é usada para reajustar contratos e serviços do presente. É algo que ficou claro em fevereiro