A tecnologia pode potencializar a experiência do usuário no mercado de seguros e ampliar o relacionamento. Ela, por si só, não será a solução. Entretanto, pode ser uma ferramenta para captação de novos segurados, principalmente pela facilitação e amplitude na oferta de produtos e serviços. Além disso, a tecnologia possibilita a captação de dados importantes e que servem de insumo na hora de pivotar a maneira como se oferta benefícios e seguros hoje em dia. A afirmação é de Thiago Martins Diogo, coordenador de Inovação da ISAE Escola de Negócios, que participou do debate “Como a tecnologia está mudando o mercado de seguros”, realizado nesta semana pelo ISB Brasil (Instituto Superior de Seguros e Benefícios Brasil).
Segundo Martins, a tecnologia pode agilizar o processo de contratação de seguros, mas não substitui o papel do corretor. “A tecnologia pode acelerar o processo de contratação, mas o relacionamento de confiança se constrói com o olho no olho. É assim em muitos outros segmentos”, diz.
O evento contou ainda com a palestra “Como a Tecnologia está Transformando o Mercado de Seguros”, ministrada por Arthur Igreja, que de forma provocativa e dinâmica trouxe uma série de cases e exemplos que transformaram a forma das pessoas interagirem e consumirem. Arthur ressalta que é fundamental as empresas estarem atentas a essas mudanças, compreendendo as necessidades dos clientes e também do mercado em que atuam pois, em alguns casos, a digitalização é fundamental, mas em outros, o atendimento “analógico” e pessoal continua sendo fundamental.
Para o CEO da Segfy, Leonardo Mack, uma das vantagens da tecnologia é a de ser uma ferramenta para reduzir burocracia e atividades repetitivas. “De burocracia, o setor de seguros está repleto e isso é um prato cheio para inovarmos com coisas simples que atrapalham o nosso progresso no dia a dia”, afirma, sugerindo algumas ferramentas gratuitas não só para prospectar, mas também para você ganhar tempo no trabalho, como o LinkedIn, Facebook e Instagram, Segfy (para o corretor não ficar fazendo cotações e processos manuais do dia a dia, além de ter insights sobre cross e upsell), Medium (publicação de artigos. Isso ajuda em notoriedade nas buscas online), Trello, Slack, Google Business, Google Suite, entre outros.
Mack reforça ainda que sistemas especializados na área de seguros podem ajudar a reduzir o tempo para realizar cotações inúmeras vezes. “Hoje não há mais motivos para não oferecer na hora os valores para seus segurados sem necessidade de retornar em 30 minutos com a proposta. Obviamente que em alguns ramos isso pode ainda não ser uma realidade, mas com certeza é uma tendência e é importante ficar atualizado”, defende.
Gamificação – A gamificação é uma tendência que veio para ficar e está cada vez mais inserida no mercado de seguros. “É comum utilizarmos a gamificação como um facilitador para o engajamento no uso de algumas plataformas. Entretanto, nem sempre é necessário criar um game novo. Elementos de gamificação tem potencial incrível de gerar engajamento dos clientes e, atrelados a vantagens inteligentes para o usuário final, são uma forma de manter um relacionamento por meio de tecnologia”, explica Martins, destacando que esta pode ser uma estratégia para conquistar novos clientes. “A gamificação tem tido êxito de engajamento ao longo da experiência proporcionada para o usuário. Se recompensada e atrelada a moedas de troca, tem o poder não apenas de conquistar, mas também de manter clientes, principalmente os da geração Z”, finaliza.
O debate, que teve participação da plateia, contou ainda com as presenças de Sandro Ribeiro dos Santos, diretor de Tecnologia e Inovação do ISB Brasil e César Heli Oliveira, presidente do ISB Brasil.