Depois de o setor de seguros ser anunciado na lista de serviços essenciais pelo presidente Jair Bolsonaro, e que, portanto, deveria se manter a todo o vapor durante a pandemia, foi a vez do ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ), Antonio Saldanha Palheiro, declarar que a profissão do corretor de seguros tem futuro garantido. Analisando, durante o webinar “Seguros: uma reflexão contemporânea” promovido pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) no dia 09 de abril, os empregos que irão desaparecer, ele garantiu que o corretor será cada vez mais necessário. No entanto, destacou a evidente necessidade do profissional aprimorar a qualificação para complementar o resultado das análises computacionais e da interpretação dos tribunais, investindo no atendimento personalizado, pois será cada vez mais preciso uma assessoria especializada e qualificada para prestar atendimento e esclarecer cláusulas. O ministro analisou que o corretor deve se configurar como um consultor de seguros.
Em outro debate realizado esta semana pela CâmaraSIN (Câmara de Mediação e Conciliação do Sincor-SP), o secretário Especial de Defesa do Consumidor de São Paulo e diretor Executivo do Procon-SP, Fernando Capez, ressaltou a importância do profissional para atuar na intermediação e defesa dos interesses do consumidor. Destacou que nenhum país desenvolvido de primeiro mundo progrediu sem ter um sistema de seguros garantindo e alavancando o progresso e as relações contratuais e pessoais e, para isso, é fundamental ter uma legislação adequada e corretores profissionais e bem orientados.
O mercado de seguros passa por uma total mudança regulatória, tecnológica e de conceitos, pois temos novas normas que mudam totalmente a nossa atuação, como a de grandes riscos e riscos massificados, e novos conceitos sendo aplicados para o mercado de RC. A Susep alterou o sistema de registro, dando novas funcionalidades para os corretores.
O desenvolvimento de produtos sob medida ganhou força no cenário de pandemia, para atender às necessidades individuais do consumidor. Veremos cada vez mais produtos que utilizam índices paramétricos, os seguros de cobertura intermitente devem avançar em várias linhas de negócios, inclusive no seguro de automóvel.
As seguradoras apresentam a cada dia novidades para os corretores e terão cada vez mais sistemas focados na atuação consultiva, o que traz novas oportunidades de visões, para melhorar ainda mais o dia a dia destes profissionais.
Como era previsto anos atrás, o corretor passou a ser um consultor de seguros, devido à necessidade de capacidade técnica. A própria Susep destaca a importância do consultor e a necessidade de qualificação. O cliente final precisa ter a cada instante um atendimento personalizado, de acordo com suas diferentes necessidades.
No cenário pós-pandemia, o corretor ganha ainda mais relevância, pois é ele quem conhece a fundo as necessidades e demandas dos clientes, logo contribui ativamente na adequação dos novos produtos a serem ofertados pelas seguradoras. Pela relação de confiança que mantém com o segurado, seu trabalho se fortalece neste momento, por entender quais combinações de produtos têm potencial de aceitação no mercado. A tecnologia que era um temor, passa a ser aliada, pois o corretor entende o cliente e precisa estar próximo dele, mesmo que de forma online, nenhuma máquina pode exercer este papel.
As mudanças regulatórias devem trazer uma oportunidade muito grande para os corretores se especializarem, pois se não ocorrer isso os clientes finais terão problemas. Por isso, cada vez mais a qualificação profissional e o bom preparo do corretor serão determinantes na relação com clientes e seguradoras. Temos tudo para crescer ainda mais, e com a expertise e o atendimento diferenciado que sempre foram principais diferenciais dos corretores de seguros.
* Por Robert Hufnagel, diretor da Casualty Assessoria e Consultoria de Seguros e associado da Alper Consultoria em Seguros
Fonte: Revista Apólice