Maia: Câmara vai barrar aumento dos planos de saúde, se ANS não tomar providência

Para ele, “aumentar plano de saúde em 25% é um desrespeito com a sociedade”

O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), criticou o reajuste nos planos de saúde em 25% e afirmou que, se a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) não tomar uma decisão, os deputados vão votar na próxima terça-feira o projeto do Senado que suspende esses aumentos por 120 dias.

Maia diz ter sido surpreendido e impactado com o aumento. Segundo ele, os planos de saúde têm criticado a reforma tributária por preverem um aumento de 8% nos impostos a serem pagos, mas não veem problema em dar um aumento de 25% ao cliente.

“Aumentar um plano em 25% é um desrespeito com a sociedade”, criticou.
“Um setor que teve pouco impacto negativo pela crise, claro que a gente vai reagir e se a ANS não tomar uma posição, a Câmara vai votar o projeto do Senado”, disse o presidente.

Fonte: Agência Câmara de Notícias

 

Perspectiva para o mercado:

O Diretor de Pesquisa do ISB Brasil, Carlos André Cordeiro, especialista em Planos de Saúde, acredita que a atitude do Presidente da Câmara é bem vista pelos consumidores que vinham arcando com anuais aumentos por motivos de atualização e equilíbrio financeiro dos contratos ou ainda por mudança de faixa etária. É um posicionamento que, sem dúvidas, agrada aos mais de 40 milhões de beneficiários de planos de saúde suplementar. Contudo, esta atitude unilateral não levou em conta um provável desequilíbrio financeiro das operadoras de planos, haja vista que os custos de serviços médicos e hospitalares, bem como novas tecnologias e ampliação no Rol de atendimentos obrigatórios pela ANS irão continuar em elevação. Estes fatores combinados poderão causar nos próximos meses prejuízos às operadoras de saúde.

Apesar de agradar os consumidores nestes tempos difíceis de pandemia, resta a dúvida de como o mercado se ajustará após este período de cancelamento unilateral dos aumentos dos planos. Algumas operadoras já aventam sobre a cobrança retroativa dos reajustes represados neste período e, neste caso, poderemos prever difíceis negociações entre operadoras e clientes.

A bolha foi criada, atendeu a consumidores, desestabilizou as operadoras e nos resta saber como o mercado se comportará em 2021 já sem Rodrigo Maia, caso não seja reconduzido à presidência.

Enquanto isso, as corretoras de benefícios tendem a ficar ainda mais próximas de seus clientes e parceiros equilibrando todos os interesses para que todos consigam manter seus custos e benefícios apropriados, protegendo este mercado tão conturbado.